Casa de festas no Rio de Janeiro lembra o Circo Voador!
Hoje faremos uma matéria para relembrar da nossa saudosa casa Circo Voador no Arpoador!
Respeitável público: o Circo Voador é o sucesso do verão no Arpoador
Com shows de novas bandas de rock, como Blitz, Paralamas do Suceso e Barão Vermelho, lona cultural, que completa 35 anos, atrai milhares de jovens na década de 80.
De 15 de janeiro a 31 de março de 1982, a cena cultural carioca teve um endereço certo: o Circo Voador. Sob a lona armada no Arpoador, milhares de jovens se espremeram para conhecer artistas e bandas que despontavam para o sucesso, entre elas Blitz, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho. O fim do verão marcou também o encerramento da empreitada à beira-mar. Sem conseguir renovar sua licença de funcionamento, o Circo Voador despediu-se da Zona Sul e foi pousar na Lapa.
A história do Circo Voador começa no fim de 1981. Perfeito Fortuna, ex-integrante do Asdrúbal Trouxe o Trombone – o grupo de teatro que fizeram a cabeça dos cariocas alguns anos antes – teve a ideia de criar um espaço no Posto Nove para novos artistas. O clima político parecia favorável: a ditadura chegava ao fim, a anistia já fora decretada e previa-se eleições diretas para governador no ano seguinte. Mesmo assim, uma certa insegurança pairava no ar. Em busca de respaldo oficial, Perfeito Fortuna foi atrás de Zoé Chagas Freitas, mulher do governador Chagas Freitas. E ela topou convencer o marido a autorizar a realização dos shows.
Para arrecadar o dinheiro necessário à montagem da lona – no Arpoador, em vez do Posto Nove – os artistas foram à luta. Fizeram vaquinhas, venderam camisetas, investiram dinheiro guardado em poupanças. Assim, com 36 grupos bancando a empreitada, o respeitável público foi convidado a conhecer o Circo Voador. Na lista de shows, Bebel Gilberto, Cazuza, Djavan, Manhas e Manias, Cobra Coral, Grupo Coringa e a Orquestra Tabajara, que trouxe de volta o hábito de dançar coladinho. “Deixe seu filho no Voador e dê um mergulho no Arpoador”, era o mote da trupe.
Ainda em 1982, o Circo arrumou outro pouso, na Lapa, bairro onde está até hoje. Manteve sua mítica de lançador de talentos – embora tenha abrigado shows inesquecíveis de artistas consagrados como Tim Maia, Luiz Melodia, Raul Seixas. Em novembro de 1996, o espaço foi fechado pelo então prefeito Cesar Maia, após um entrevero de João Gordo, dos Ratos do Porão, com a comitiva do prefeito recém-eleito Luiz Paulo Conde. Reabriu em julho de 2004.
Fonte: O Globo.
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